Nossa Voz

Metodologia de trabalho

Fazendas subscritas no Nossa Voz

Ao aderir ao Nossa Voz, uma cooperativa, trader ou empresa do setor agropecuário aponta as fazendas de sua cadeia produtiva que tem interesse e irão adotar a linha de ajuda Nossa Voz.

Treinamento nas fazendas sobre o uso do Nossa Voz

A partir da adesão de uma fazenda, realizamos treinamentos in loco aos seus trabalhadores, de modo a informa-los a respeito do uso da linha de ajuda, assim como instruir os pontos focais de cada fazenda sobre o seu papel

Campanha de comunicação e conscientização sobre direitos e deveres

Uma vez que participaram do treinamento, os trabalhadores e trabalhadoras passam a receber uma campanha de comunicação sobre direitos e deveres. Essa campanha é veiculada pelo Whatsaap, por meio de cards, áudios e pequenos textos ilustrativos.

Recebimento das interações

Já cientes dos seus direitos, os trabalhadores e trabalhadoras passam a interagir com o Nossa Voz gratuitamente e tendo seu sigilo resguardado.

Coleta de informações e diálogo com o produtor

A coleta dessas interações passa a compor um relatório que é enviado mensalmente às fazendas e empresas usuárias do Nossa Voz, o que facilita a identificação, monitoramento e avaliação de riscos em suas cadeias produtivas.

Resolução de reclamação

Propomos um plano de ação corretivo se identificarmos qualquer irregularidade. Assim, promovendo o diálogo social entre todas as partes envolvidas, chegamos à resolução da reclamação.

Sistema de Gestão de Casos (SGC) do Nossa Voz

A gestão e classificação das interações dos trabalhadores é feita pelo nosso Sistema de Gestão de Casos (SGC), e em sua grande maioria será resolvido por um processo de mediação e diálogo social liderado pelo Nossa Voz junto ao trabalhador e o ponto focal da fazenda. Apenas se houver necessidade ou uma combinação de reclamações é que iremos envolver o trader ou empresa.
Essa gestão do SGC é informada por um Protocolo de Atuação transparente, elaborado a partir de um intenso processo de escuta ativa de atores relevantes.

Instituto Trabalho Decente

O ITD desenvolve um conjunto de ações sistemáticas de fortalecimento e disseminação do Nossa Voz, uma estratégia de dupla prevenção e disseminação nos municípios que contribui para redução da incidência do trabalho escravo nas atividades produtivas do setor do café.

Trata-se de uma série de iniciativas de formação continuadas e assessoramento técnico junto aos gestores municipais, servidores públicos e trabalhadores das cidades de origem, que historicamente migram em busca de trabalho temporário nas colheitas de café. Além disso, também há atividades de articulação e apoio ao fortalecimento de políticas públicas de enfrentamento ao trabalho escravo e tráfico de pessoas junto aos governos estaduais da Bahia e Minas Gerais.

O projeto é desenvolvido em quatro municípios da região de Irecê: Bonito, Canarana, Lapão e São Gabriel. Essas localidades estão contempladas por serem cidades baianas de residência de trabalhadores que frequentemente migram em situação de vulnerabilidade ao tráfico de pessoas para fins de trabalho escravo na colheita do café em Minas Gerais.


A atuação se concentra em cinco eixos:

 

CICLOS FORMATIVOS ocorrem de modo continuado junto aos:

  1. Gestores da política pública municipal (prefeitos e secretários)
  2. Servidores municipais (técnicos da política pública municipal das diferentes secretarias).
  3. Trabalhadores e trabalhadoras rurais que migram para a colheita no café em Minas Gerais, 

 

ASSESSORAMENTO TÉCNICO, um conjunto de ações continuadas de monitoramento, acompanhamento e assessoria para apoiar e fortalecer as políticas públicas municipais das cidades de origem de trabalhadores que migram para a colheita do café. As principais ações são de apoio:

  1. Ao mapeamento situacional da problemática do trabalho escravo nos quatro municípios de atuação do projeto,
  2. No desenvolvimento de ações de prevenção, enfrentamento do tráfico de pessoas e trabalho escravo, bem como de estratégias de desenvolvimento local sustentável, e
  3. Na construção de um Plano de Ação de Promoção do Trabalho Decente e Desenvolvimento Local Sustentável.

 

FORTALECIMENTO DAS REDES DE PREVENÇÃO E ENFRENTAMENTO AO TRABALHO ESCRAVO E TRÁFICO DE PESSOAS por meio de: 

  1. Participação e contribuição em espaços de advocacy com atores-chaves da agenda de promoção do trabalho decente.
  2. Coordenação de oficinas de troca de boas práticas, a exemplo do evento realizado entre o Comitê Estadual de Atenção ao Migrante, Refugiado e Apátrida, ao Enfrentamento do Tráfico de Pessoas e à Erradicação do Trabalho Escravo de Minas Gerais (COMITRATE-MG) e Comissões Estaduais para Erradicação do Trabalho Escravo (COETRAEs da Bahia, Maranhão, Rio de Janeiro, Mato Grosso e São Paulo).
  3. Promoção do “Workshop com Pessoas com Experiências Vividas em Escravidão Contemporânea” para a construção do Índice Global de Escravidão, em parceria da Walk Free Foundation.
  4. Realização do “I Seminário Regional de Promoção do Trabalho Decente em Irecê: Construindo estratégias de enfrentamento ao trabalho escravo e tráfico de pessoas junto aos municípios de origem de trabalhadores que migram para o café”.
  5. Assinatura do “Pacto Regional pela Promoção do Trabalho Decente: um compromisso da sociedade pelo enfrentamento do trabalho escravo na região de Irecê” por 23 organizações que estiveram presentes no I Seminário Regional de Irecê sobre Trabalho Decente, realizado em Maio de 2024. 



AÇÕES DE APOIO TÉCNICO E FORTALECIMENTO AO NOSSA VOZ E À CLÍNICA DE ENFRENTAMENTO AO TRABALHO ESCRAVO DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA como:

  1. Desenvolvimento de pesquisa junto aos trabalhadores que migram para a colheita do café, para apoiar a construção da estratégia de comunicação sobre direitos trabalhistas do Nossa Voz. 
  2. Formação sobre o “Nossa Voz” com trabalhadores que frequentemente migram para a colheita do café em Minas Gerais, servidores e gestores municipais dos municípios de atuação na Bahia.
  3. Mediação na implementação da Clínica de Tráfico de Pessoas e Trabalho Escravo na região de Irecê junto à Universidade do Estado da Bahia. 
  4. Apresentação das Clínicas de Trabalho Escravo e Tráfico de Pessoas apoiadas, como estratégia de apoio jurídico, com trabalhadores formados.

 

PRODUÇÃO DE MATERIAIS E CAMPANHAS: 

  1. Mapa de atores estratégicos na agenda de enfrentamento ao trabalho escravo e tráfico de pessoas na colheita do café no Brasil. 
  2. Estudo de linha de base sobre o contexto do trabalho escravo e tráfico de pessoas na colheita do café em Minas Gerais.
  3. Relatório “VOZES DO CAMPO: escutando trabalhadores/as do café para a construção de estratégias (in)formativas sobre seus direitos trabalhistas”
  4. Dois módulos didáticos para apoiar as atividades formativas junto aos gestores e servidores públicos municipais nas cidades de origem de trabalhadores que migram para a colheita do café em Minas Gerais.
  5. Dois produtos de sensibilização ao tema e disseminação de informação sobre o “Nossa Voz” (marmita e chapéu distribuído aos trabalhadores que participaram das oficinas).
  6. Dois documentários (uma pílula e um curta-metragem) sobre o Projeto CAFÉ e o contexto em que se insere.
  7. Desenvolvimento, impressão e distribuição de 400 posteres autocolantes informativos sobre o trabalho escravo e mecanismos de dúvidas e denúncia destinados aos 4 municípios atendidos.
  8. Três áudios veiculados nas rádios durante o mês de agosto de 2024, com informações sobre trabalho escravo e o Nossa Voz.

 

BENEFICIÁRIOS DIRETOS

  • Trabalhadores/as: 176
  • Servidores públicos municipais e equipe técnica: 260
  • Gestores de políticas públicas municipais: 72

 

BENEFICIÁRIOS INDIRETOS

  • Outros trabalhadores locais, sindicatos, associações e líderes de trabalhadores rurais: 350
  • Usuários de serviços públicos municipais nas Secretarias Municipais de Agricultura, Assistência Social, Cultura, Educação e Saúde: 2.000